segunda-feira, 23 de abril de 2012

Leandro Fortes, na Carta Capital :

 A CPI e o fim do jornalismo investigativo de araque

 Há oito anos, escrevi um livrete chamado “Jornalismo Investigativo”, como parte do esforço da Editora Contexto em popularizar o conhecimento básico sobre a atividade jornalística no Brasil. Digo “livrete” sem nenhum desmerecimento, muito menos falsa modéstia, mas para reforçar sua aparência miúda e funcional, um livro curto e conceitual onde plantei uma semente de discussão necessária ao tema, apesar das naturais deficiências de linguagem acadêmica de quem jamais foi além do bacharelado. Quis, ainda assim, formular uma conjuntura de ordem prática para, de início, neutralizar a lengalenga de que todo jornalismo é investigativo, um clichê baseado numa meia verdade que serve para esconder uma mentira inteira. Primeiro, é preciso que se diga, nem todo jornalismo é investigativo, embora seja fato que tanto a estrutura da entrevista jornalística como a mais singela das apurações não deixam de ser, no fim das contas, um tipo de investigação. Como é fato que, pelo prisma dessa lógica reducionista, qualquer atividade ligada à produção de conhecimento também é investigativa.

A consideração a que quero chegar é fruto de minha observação profissional, sobretudo ao longo da última década, período em que a imprensa tornou-se, no Brasil, um bloco quase que monolítico de oposição não somente ao governo federal, a partir da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, mas a tudo e a todos vinculados a agendas da esquerda progressista, aí incluídos, principalmente, os movimentos sociais, os grupos de apoio a minorias e os defensores de cotas raciais. Em todos esses casos, a velha mídia nacional age com atuação estrutural de um partido, empenhada em fazer um discurso conservador quase sempre descolado da realidade, escoltado por um discurso moralista disperso em núcleos de noticiários solidificados, aqui e ali, em matérias, reportagens e editoriais de indignação seletiva.
A solidez – e a eficácia – desse modelo se retroalimenta da defesa permanente do grande capital em detrimento das questões sociais, o que tanto tem garantido um alto grau de financiamento desta estrutura midiática, como tem servido para formar gerações de jornalistas francamente alinhados ao que se convencionou chamar de “economia de mercado”, sem que para tal lhes tenha sido apresentado nenhum mecanismo de crítica ou reflexão. Essa circunstância tem ditado, por exemplo, o comportamento da imprensa em relação a marchas, atos públicos e manifestações de rua, tratados, no todo, como questões relacionadas a trânsito e segurança pública. Interditados, portanto, em seu fundamento social básico e fundamental, sobre o qual o jornalismo comercial dos oligopólios de comunicação do Brasil só se debruça para descer o pau.
O resultado mais perverso dessa estrutura midiática rica e reacionária é a perpetuação de uma política potencialmente criminosa de assassinato de reputações e intimidação de agentes públicos e privados contrários às linhas editoriais desses veículos. Ou, talvez pior ainda, a capacidade destes em atrair esses mesmos agentes para seu ventre, sob a velha promessa de conciliação, para depois, novamente, estrangulá-los sob a vista do público.
“Jornalismo Investigativo”, porém, foi escrito anteriormente ao chamado “escândalo do mensalão”, antes, portanto, de a mídia brasileira formar o bloco partidário ora em progresso, tristemente conservador, que se anuncia diuturnamente como guardião das liberdades de expressão e imprensa – conceitos que mistura de forma deliberada para, justamente, esconder sua real indiferença, tanto por um quanto pelo outro. Distante, por um breve instante de tempo, da guerra ideológica deflagrada a partir do mensalão, me foi possível escrever um livro essencialmente simples sobre o verdadeiro conceito de jornalismo investigativo, ao qual reputo a condição de elemento de influência transversal, e não um gênero capaz de ser enclausurado em editorias, como o são os jornalismos político, econômico, esportivo, cultural, etc.
Jornalismo investigativo é a sistematização de técnicas e conceitos de apuração para a produção de reportagens de fôlego, não necessariamente medidas pelo tamanho, mas pela profundidade de seus temas e, principalmente, pela relevância da notícia que ela, obrigatoriamente, terá que encerrar. Este conceito, portanto, baseado na investigação jornalística, existe para se utilizado em todos os gêneros de reportagem, em maior ou menor grau, por qualquer repórter. Daí minha implicância com o termo “jornalista investigativo”, ostentado por muitos repórteres brasileiros como uma espécie de distintivo de xerife, quando na verdade a investigação jornalística é determinada pela pauta, não pela vaidade de quem a toca. O mesmo vale para o título de “repórter especial”, normalmente uma maneira de o jornalista contar ao mundo que ganha mais que seus colegas de redação, ou que ficou velho demais para estar no mesmo posto de focas recém-formados.
Para compor o livro editado pela Contexto, chamei alguns jornalistas para colaborar com artigos de fundo, como se dizia antigamente, os quais foram publicados nas últimas páginas do livro. Fui o mais plural possível, em muitos sentidos, inclusive ideológico, embora essa ainda não fosse uma discussão relevante, ou pelo menos estimulante, dentro da imprensa brasileira, à época. O mais experiente deles, o jornalista Ricardo Noblat, hoje visceralmente identificado ao bloco de oposição conservadora montado na mídia, havia também escrito um livro para a Contexto sobre sua experiência como editor-chefe do Correio Braziliense, principal diário de Brasília que, por um breve período de oito anos (1994-2002), ele transformou de um pasquim provinciano e corrupto em um jornal respeitado em todo o país. Curiosamente, coube a Noblat assinar um artigo intitulado “Todo jornalismo é investigativo” e, assim, reforçar a lengalenga que o livro esforça-se, da primeira à última página, em desmistificar.
Tivesse hoje que escrever o mesmo livro, eu teria aberto o leque desses artigos e buscaria opiniões menos fechadas na grande imprensa. Em 2004, quando o livro foi escrito (embora lançado no primeiro semestre de 2005), o fenômeno da blogosfera progressista era ainda incipiente, nem tampouco estava em voga a sanha reacionária dos blogs corporativos da velha mídia. No mais, minha intenção era a de fazer um livro didático o bastante para servir de guia inicial para estudantes de jornalismo. Nesse sentido, o livro teve relativo sucesso. Ao longo desses anos, são raras as palestras e debates dos quais participo, Brasil afora, em que não me apareça ao menos um estudante para comentar a obra ou para me pedir que autografe um exemplar.
Faz-se necessário, agora, voltar ao tema para trazer o mínimo equilíbrio ao recrudescimento dessa discussão na mídia, agora às voltas com uma CPI, dita do Cachoeira, mas que poderá lhe revolver as vísceras, finalmente. Contra a comissão se levantaram os suspeitos de sempre, agora, mais do que nunca, prontos a sacar da algibeira o argumento surrado e cafajeste dos atentados às liberdades de imprensa e expressão. A alcova de onde brota essa confusão deliberada entre dois conceitos distintos está prestes a tomar a função antes tão cara a certo patriotismo: o de ser o último refúgio dos canalhas.
Veio da revista Veja, semanal da Editora Abril, a reação mais exaltada da velha mídia, a se autodenominar “imprensa livre” sob ataque de fantasmas do autoritarismo, em previsível – e risível – ataque de pânico, às vésperas de um processo no qual terá que explicar as ligações de um quadro orgânico da empresa, o jornalista Policarpo Jr., com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Primeiro, com novos estudos do Santo Sudário, depois, com revelações sobre a superioridade dos seres altos sobre as baixas criaturas, a revista entrou numa espiral escapista pela qual pretende convencer seus leitores de que a CPI que se avizinha é parte de uma vingança do governo cuja consequência maligna será a de embaçar o julgamento do “mensalão”. Pobres leitores da Veja.
Não há, obviamente, nenhum risco à liberdade de imprensa ou de expressão, nem à democracia e ao bem estar social por causa da CPI do Cachoeira. Há, isso sim, um claro constrangimento de setores da mídia com a possibilidade de serem investigados por autoridades às quais dedicou, na última década, tratamento persecutório, preconceituoso e de desqualificação sumária. Sem falar, é claro, nas 200 ligações do diretor da Veja em Brasília para Cachoeira, mentor confesso de todos os furos jornalísticos da revista neste período. Em recente panfletagem editorial, Veja tentou montar uma defesa prévia a partir de uma tese obtusa pela qual jornalistas e promotores de Justiça obedecem à mesma prática ao visitar o submundo do crime. Daí, a CPI da Cachoeira, ao investigar a associação delituosa entre a Veja e o bicheiro goiano, estaria colocando sob suspeita não os repórteres da semanal da Abril, mas o trabalho de todos os chamados “jornalistas investigativos” do país.
A tese é primária, mas há muita gente no topo da pirâmide social brasileira disposta a acreditar em absurdos, de modo a poder continuar a acreditar nas próprias convicções políticas conservadoras. Caso emblemático é o do atentado da bolinha de papel sofrido pelo tucano José Serra, na campanha eleitoral de 2010. Na época, coube ao Jornal Nacional da TV Globo montar um inesquecível teatro com um perito particular, Ricardo Molina, a fim de dar ao eleitor de Serra um motivo para entrar na fila da urna eleitoral sem a certeza de estar cometendo um ato de desonestidade política. Para tal, fartou-se com a fantasia do rolo-fantasma de fita crepe, gravíssimo pedregulho de plástico e cola a entorpecer as idéias do candidato do PSDB.
Todos nós, jornalistas, já nos deparamos, em menor ou maior escala, com fontes do submundo. Esta é a verdade que a Veja usa para tentar se safar da CPI. Há, contudo, uma diferença importante entre buscar informação e fazer uso de um crime (no caso, o esquema de espionagem da quadrilha de Cachoeira) como elemento de pauta – até porque, do ponto de vista da ética jornalística, o crime em si, este sim, é que deve ser a pauta. A confissão do bicheiro, captada por um grampo da PF, de que “todos os furos” recentes da Veja se originaram dos afazeres de uma confraria de criminosos, nos deixa diante da complexidade desse terrível zeitgeist, o espírito de um tempo determinado pelos espetáculos de vale tudo nas redações brasileiras.
Foi Cachoeira que deu à Veja, a Policarpo Jr., a fita na qual um ex-diretor dos Correios recebe propina. O material foi produzido pela quadrilha de Cachoeira e serviu para criar o escândalo do mensalão. Sob o comando de Policarpo, um jovem repórter de apenas 24 anos, Gustavo Ribeiro, foi instado a invadir o apartamento do ex-ministro José Dirceu, em um hotel de Brasília. Flagrado por uma camareira, o jornalista acabou investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal, mas escapou ileso. Não se sabe, até hoje, o que ele pretendia fazer: plantar ou roubar coisas. A matéria de Ribeiro, capa da Veja, era em cima de imagens roubadas do sistema interno de segurança do hotel, onde apareciam políticos e autoridades que freqüentavam o apartamento de Dirceu. A PF desconfia que o roubo (atenção: entre jornalistas de verdade, o roubo seria a pauta) foi levado a cabo pela turma de Cachoeira. A Veja, seria, portanto, receptadora do produto de um crime. Isso se não tiver, ela mesmo, o encomendado.
Por isso, além da podridão política que naturalmente irá vir à tona com a CPI do Cachoeira, o Brasil terá a ótima e rara oportunidade de discutir a ética e os limites do jornalismo a partir de casos concretos. Veremos como irão se comportar, desta feita, os arautos da moralidade da velha mídia, os mesmos que tinham no senador Demóstenes Torres o espelho de suas vontades.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Assassinato no jardim da Infância

No texto abaixo, o jornalista Reginaldo Nasser, no portal Carta Maior faz uma crítica muito pertinente à absurda afirmação do Sr. Caio Blinder, ocorrida semanas atrás, em um programa de tv.
Assistam o vídeo primeniramente:



Assassinato seletivo: isso serve para provocar a guerra

Esta circulando pelos blogs e redes sociais trecho de um programa de TV paga [Manhattan Conection, ver vídeo acima] em que um dos comentaristas, Sr. Caio Blinder, apóia o “assassinato” de cientistas que participam do “programa de enriquecimento de urânio do Estado Terrorista iraniano”. Argumenta que é “preciso matar gente agora” para evitar mais mortes do futuro, além do que, acrescenta, “você intimida outros cientistas”.

O tema já foi intensamente debatido nos EUA, em 2007, quando o professor de direito Glenn Reynolds criticou o presidente Bush por não fazer o suficiente para parar o programa nuclear iraniano (vejam só Bush acusado de ser soft demais!) e, em seguida, defendeu que os EUA deveriam assassinar líderes religiosos e cientistas nucleares iranianos com o objetivo de intimidar o governo do Irã. Portanto, se nos EUA a justificativa para esse tipo de crime não é algo incomum, no Brasil - salvo engano meu- é a primeira vez que aparece publicamente nos meios de comunicação e por isso julgo necessário tecer algumas considerações.

No dia 11 de janeiro de 2012, Ahmadi Roshan, engenheiro químico da usina de enriquecimento de urânio de Natanz, foi assassinado nas ruas de Teerã após explosão de uma bomba em seu carro. É mais um de uma série de acontecimentos similares. Em dezembro de 2011, sete pessoas morreram em uma explosão em Yazd. Em 28 de novembro, uma bomba explodiu nas instalações nucleares em Isfahan. Em 12 de novembro, 17 pessoas foram mortas por uma explosão perto de Teerã.. Em 29 de novembro de 2010, o cientista Shahriari foi morto da mesma forma como Roshan, com uma bomba plantada em seu carro. Em todos os casos as autoridades dos EUA e de Israel negaram veementemente qualquer envolvimento.

Mas qual é o problema? De forma declarada ou encoberta tanto EUA, como Israel, sempre adotaram a tática do assassinato seletivo. Desde 11 de setembro, o governo dos EUA tem realizado operações similares (“assassinatos seletivos”) mesmo fora dos campos de batalha do Afeganistão e do Iraque, como no Iêmen, Paquistão, Somália, Síria e possivelmente em outros lugares, causando a morte de mais de 2 mil supostos terroristas e de incontáveis vitimas civis. A justificativa está fundamentada numa autorização legal, aprovada na Câmara e no Senado, atribuindo ao Presidente o poder para adotar as medidas que julgue necessárias para impedir ou prevenir atos de terrorismo internacional contra os Estados Unidos.

É importante notar que até pouco tempo atrás a justificativa para assassinar civis pressupunha a participação direta desses nas hostilidades. Quando se diz que um assassinato seletivo é "necessário" entende-se que matar era a única maneira de evitar um ataque iminente. Mas no caso dos cientistas é praticamente impossível afirmar que matá-los era necessário para impedir o Irã de lançar um ataque nuclear iminente contra Israel ou qualquer outro país. A não ser que haja uma nova doutrina em formação: “assassinato seletivo preventivo”.

Voltando ao porta-voz brasileiro dos fundamentalistas norte-americanos, o Sr. Blinder, que é uma pessoa bem informada, sabe que além da quantidade e qualidade de urânio ou plutônio, a produção de armas nucleares também requer os meios para levá-las ao seu destino (mísseis e ogivas). Portanto, é um projeto que envolve grande quantidade de cientistas, engenheiros e operadores. Levando à extremidade lógica o argumento dos fundamentalistas, será preciso assassinar mais algumas centenas ou mesmo milhares de pessoas. Claro, com o nobre objetivo de evitar mais mortes! Aliás, 90% das mortes de norte-americanos no mundo ocorrem devido à utilização de armas e munições produzidas no próprio EUA.

Portanto, somos tentados a concluir que os responsáveis pela indústria bélica (armas leves) nos EUA deveriam ser assassinados, pois evitaria a morte de milhares de norte-americanos? A ser levada a sério essa proposta (assassinato de cientistas), não é improvável que os congressos científicos internacionais acabem se convertendo em um verdadeiro festival de tiroteios e bombas. Aliás, o suposto efeito da intimidação, pressuposto dessas ações, está gerando um efeito oposto. Cerca de 1.300 estudantes universitários iranianos pediram para mudar as suas áreas de estudo para o campo das ciências nucleares após o assassinato. Veja só Sr Blinder! Será preciso eliminar esses estudantes também porque um dia eles serão cúmplices do projeto nuclear iraniano!

Dentro da mesma linha de raciocínio o proprietário do Atlanta Jewish Times, Andrew Adler, pediu desculpas na semana passada depois de sugerir que o assassinato do presidente Obama era uma opção que deveria ser considerada pelo governo israelense, conforme relatado pelo Huffington Post. De acordo com Adler, Israel tem apenas três opções disponíveis para se manter seguro: 1. atacar Hezbollah e o Hamas, 2. destruir as instalações nucleares do Irã; 3. assassinar Obama!

Estranhamente o “assassinato seletivo” ocorreu três dias após a afirmação do secretario de Defesa dos EUA de que era improvável que os iranianos estivessem tentando desenvolver uma arma nuclear e no momento em que governo iraniano reiniciava as negociações com o grupo (P5 +1) para autorizar a realização de uma visita de delegados da Agência Internacional de Energia Atômica em seu pais.

Fica claro que o objetivo do assassinato dos cientistas é provocar uma forte reação da linha dura iraniana justificando, dessa forma, os famosos ataques preventivos. De acordo com reportagem na Foreign Policy, que teve acesso a memorandos elaborados pelo governo Bush, a Mossad usa as credenciais da CIA para recrutar membros da organização Jundallah (considerada terrorista pelo governo dos EUA) para lançar ataques contra o Irã. Como notou o analista internacional, Pierre Sprey, vivemos um daqueles raros e perigosos momentos da história, quando o “Big Oil” e os israelenses estão pressionando a Casa Branca na mesma direção. A última vez que isso aconteceu resultou na invasão do Iraque.

(*) Professor de Relações Internacionais da PUC (SP) e do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP)

domingo, 7 de novembro de 2010

Depois de longa ausência, retornamos! E por que não com (mais) um episódio humorístico envolvendo a Veja?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O TIROTEIO E O ESCAFANDRO

O que tem a ver o tiroteio e o escafandro?
Quase nada, a não ser pelo fato de que vou me proteger de um, com o outro! Ou seja, pra me proteger do tiroteio eleitoral que se aproxima, vou vestir o escafandro!!!
Tudo bem, eu explico:
Está se aproximando talvez a mais sórdida campanha eleitoral já vista, pelo menos no Brasil.
As oposições, chefiadas pelo seu candidato mór, vem se preparando como índios antes da guerra. Claro que eles não estão só! O PIG veste o guerreiro, engraxa seu coturno, afia sua espada e lhe dá um beijo na face desejando boa sorte.
Os caciques da oposição dão bem o exemplo de como devem se comportar os "penas pagas" da imprensa. E estes repassam as tarefas criminosas para os ratos do submundo.
A notícia de que o site do PT foi hakeado, ocorrida hoje, mostra como os ratos estão famintos.
E é daí que vem a ideia do escafandro. O sites e blogs dos ratos e bichos moribundos merecem ser visitados sim, mesmo que o mal cheiro nos incomode. A não ser que usemos um escafandro ideológico e que o bom senso não permita sermos contaminados.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

ESTÁ ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA

Depois de meses e meses de silêncio, decidí que a hora é agora!
2010 não será um ano comum, corriqueiro. Portanto decidí voltar às atividades.
Farei o possível pra ter pão/post quente todo dia.
Acho que todo mundo que tem algo a dizer deve colocar suas idéias e discutí-las.
Não tenho outro assundo que acho mais importante discutir no momento do que o de política. Portanto esse será o mote - como sempre foi - do blog.
Boa sorte a todos nós...

domingo, 16 de agosto de 2009

Campanha escancarada e escarniçada!

Do blog Viomundo:

Serra, o desespero em campanha
Atualizado em 15 de agosto de 2009 às 14:00 Publicado em 15 de agosto de 2009 às 12:19
por Luiz Carlos Azenha
Existe um princípio do marketing eleitoral nos Estados Unidos segundo o qual você precisa definir o seu adversário antes que ele consiga se definir diante da opinião pública.
Como os EUA são a fonte onde bebem os marqueteiros do Brasil, deve ter nascido aí a estratégia de José Serra para chegar ao Planalto, aliada às ferramentas das quais ele já se utilizou em 2002 para matar a candidatura de Roseana Sarney no berço: o trabalho de agentes públicos que dão um ar oficial aos dossiês, devidamente divulgados pela mídia. O padrão dos "assassinatos de reputação" está de volta.
Dilma, a terrorista, foi obra da Folha de S. Paulo. É uma espécie de pedágio que o jornal pagou, no rodízio que os órgãos da propaganda eleitoral de Serra fazem. Uma hora é a Folha que denuncia, repercutida pela Globo. Outra hora é a Veja que denuncia, repercutida pelo Estadão. De outra feita a Globo denuncia e os jornais correm atrás. É um ciclo de retroalimentação, sempre com objetivos políticos. Informações são misturadas a boatos e ilações. Em um fato real são penduradas dezenas de suposições. A estratégia pressupõe que o eleitor é estúpido, que o leitor, o telespectador e o ouvinte jamais saberão discernir o real do imaginado.
Finalmente, nessa estratégia, as pesquisas eleitorais medem os resultados. Peças da narrativa que não deram certo são descartadas. E é assim que a campanha é calibrada. Dilma a terrorista deu para trás.
Agora passamos a uma nova fase: Dilma, a mentirosa aliada de gente financiada por narcotraficantes.
Para estudar esse fenômeno eleitoral, a edição da revista Veja que chegou às bancas é um primor. Revela uma sofisticação inédita. Na capa, anuncia o confronto Dilma x Lina [a ex-secretária da Receita Federal que acusou Dilma de ter pedido a ela agilidade nas investigações sobre a família Sarney em encontro que a ministra nega].
"Cabe à acusadora mostrar as provas contra a ministra", diz o título. No índice, a chamada é outra: "Dilma: uma rebelião surda contra sua candidatura". Finalmente, na reportagem, o título: "Quem está dizendo a verdade?" O texto é um maravilhoso exemplo de como encher espaço com absolutamente nada.
Começa com uma pensata pretensiosa sobre o uso da mentira na política. Sugere descontentamento entre petistas com a candidatura de Dilma Rousseff. Alinhava "fatos e versões", com os títulos de "o fato", "o que disse a ministra" e "o que foi comprovado". Sugere, sem dizer isso escancaradamente, que Dilma é mentirosa. Ou, pelo menos, que não dá para confiar nela. "Se o rótulo de mentirosa colar na ministra, será muito difícil superar isso em uma campanha", diz o texto. Bastante sugestivo isso, especialmente quando impresso na Veja.
Mas a Veja não seria a Veja sem Diogo Mainardi. Depois de, sob o título de "O Dízimo do Tráfico", especular que dinheiro de narcotraficantes colombianos teria sido investido na Igreja Universal, ele escreve:
"A Igreja Universal, nos últimos dias, atrelou sua imagem à de Lula. É a mesma estratégia empregada por José Sarney. Um apoia o outro. Um defende o outro. Edir Macedo está com Lula e com Dilma Rousseff. Agora e em 2010. Se a Igreja Universal tem um Diploma de Dizimista, assinado pelo Senhor Jesus Cristo, Dilma Rousseff tem um Diploma de Mestrado da Unicamp, supostamente assinado pelo senhor Espírito Santo. O senhor Edir Macedo e o senhor Lula se entendem. Eles sabem capitalizar a fé".
O bom do Diogo Mainardi é que ele facilita sobremaneira o nosso trabalho. Em apenas um parágrafo conseguiu ilustrar a campanha de José Serra ao Planalto melhor que qualquer um faria. Juntou em apenas um parágrafo Lula mentiroso, Lula explorador da fé pública e José Sarney. Por associação, coloca no mesmo saco Dilma, Lula e gente que teria recebido financiamento de narcotraficantes colombianos. Só faltou juntar as FARC e o Fidel Castro.
Mas não se encerra por aí o primor desta edição imperdível. Tem mais. Tem seis páginas dedicadas ao novo e magistral livro de Ali Kamel sobre... Lula. Ou sobre as declarações de Lula. É curiosa essa obsessão do diretor de Jornalismo da TV Globo com aquele que ele, Kamel, tentou desesperadamente derrotar em 2006.
Depois de provar que não somos racistas, Kamel gasta 672 páginas para provar que... Lula não é Lula.
"Um brasileiro médio, mais ou menos crente em Deus e que se vê como proponente de uma sociedade capitalista onde haja mais harmonia entre pobres e ricos". É assim que Kamel define Lula. Sobre isso, leia aqui.
Para terminar, a verdadeira piada de Veja: precedendo as seis páginas dedicadas a Kamel, duas páginas de propaganda da Globo sobre o Criança Esperança. Poderia ser um pouco menos explícito?
PS: Não percam, neste sábado, o Jornal Nacional repercutindo a capa da Veja. Estamos de volta a 2006.
PS2: A simbiose entre Veja, Globo, Kamel e Mainardi se estende aos políticos que alimentam e prestam serviço a ambos. O compadrio entre a elite brasileira é coisa antiga.

sábado, 15 de agosto de 2009

Barbeiro, seu passado lhe condena!!!

Post do Cloaca News:


A HISTÓRIA QUE HERÓDOTO APAGOU
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Rebatizado no Budismo como Gento Ryotetsu, na condição de monge leigo, o paulistano Heródoto Barbeiro, de 63 anos, é o que podemos chamar de um homem hiperativo multimídia. Há 16 anos comandando o Jornal da CBN, emissora do Sistema Globo de Rádio, da qual é Gerente de Jornalismo, Barbeiro é também o apresentador do programa Roda Viva, na TV Cultura, canal tucano de São Paulo.Formado em História, Direito e Jornalismo, Barbeiro já fez muita coisa na vida antes de se tornar famoso. Uma de que se orgulha é ter sido professor de madureza ginasial, em priscas eras, e de cursinho pré-vestibular. Curiosamente, seu nome original de batismo homenageia o grego homônimo, nascido em Halicarnasso, 484 anos antes de Cristo, considerado o "Pai da História".Escritor, articulista em jornais, revistas e internet, conferencista e até ativista ambiental, a biografia de Heródoto Barbeiro na Wikipédia diz ainda que ele foi, "durante muitos anos, simpatizante do Partido dos Trabalhadores (PT)". Existe, porém, algo em seu laureado curriculum vitae que ele não costuma rememorar publicamente: sua ligação com o partido que deu sustentação política à ditadura militar instalada no Brasil, nos anos 60. Nas eleições de 1974, Heródoto Barbeiro, ostentando o número 143, foi candidato a deputado federal pela ARENA - Aliança Renovadora Nacional, fazendo dobradinha com seu ex-colega de cursinho Paulo Kobayashi, falecido em abril de 2005. Conhecido como Professor Koba, é ele quem aparece na foto abaixo, posando diante do outdoor da campanha eleitoral. "Faça seu professor deputado", ordenava o slogan da dupla.


A informação - e a foto histórica que Barbeiro quer esquecer - podem ser encontradas no fascículo 11 da coleção "A ditadura militar no Brasil: a história em cima dos fatos", publicada pela revista Caros Amigos.

domingo, 2 de agosto de 2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Os olhos da "verdade"

Ótima figura retirada do blog Grupo Beatrice:



terça-feira, 21 de julho de 2009

Virgílio, o paladino, recua!!

Publicado originalmente no Yahoo! Notícias
Virgílio desiste de apresentar 4ª denúncia contra Sarney
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), desistiu de apresentar a quarta denúncia ao Conselho de Ética contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A ideia de Virgílio era questionar o peemedebista sobre a revelação feita por reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de que gravações da Polícia Federal (PF) realizadas durante a Operação Boi Barricada revelariam que Sarney teria pleiteado um emprego para o namorado de sua neta, que acabou contratado por ato secreto. Segundo uma análise feita por técnicos da liderança do PSDB, a denúncia não tem respaldo legal, pois a acusação seria apenas imoral.

Aconselhado pelo partido, Virgílio decidiu pedir ao primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), que seja aberto novo processo administrativo contra o ex-diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Ele já responde a um processo administrativo, acusado de ser o responsável pela edição de atos secretos que foram editados pela administração da Casa nos últimos 14 anos. Se for julgado culpado, Maia pode ser demitido do Senado.

Virgílio já apresentou outras três denúncias ao Conselho de Ética contra Sarney. Duas delas responsabiliza o presidente do Senado por envolvimento no suposto esquema de desvio de dinheiro de incentivo cultural dado pela Petrobras à Fundação José Sarney e a outra pede apuração pela responsabilidade do peemedebista na edição dos atos secretos, adotados para criação de cargos, nomeações e aumentos salariais.

sábado, 18 de julho de 2009

O último "espirro" de Serra

O brilhante, como sempre, Luis Nassif publica hoje um primor de post. Trata da derrocada de José Serra, que já está na cova e ainda não sabe.
Confira:
"Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia.
A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou.
Política e economia têm pontos em comum. Algumas forças determinam o rumo do processo, que ganha uma dinâmica que a maioria das pessoas demora em perceber. Depois, torna-se quase impossível reverter, a não ser por alguma hecatombe - um grande escândalo.
O início da derrocada
O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.
Basicamente:
1. O estilo autoritário-centralizador e a falta de punch para a gestão. O Serra do Ministério da Saúde cedeu lugar a um político vazio, obcecado com a política rasteira. Seu tempo é utilizado para planejar maldades, utilizar a mão-de-gato para atingir adversários, jornalistas atacando colegas e adversários e sua tropa de choque atuando permanentemente para desestabilizar o governo.
2. Fechou-se a qualquer demanda da sociedade, de empresários, trabalhadores ou movimentos sociais.
3. Trocou programas e ideias pelo modo tradicional de fazer política: grandes gastos publicitários, obras viárias, intervenções suspeitíssimas no zoneamento municipal (comandado por Andrea Matarazzo), personalismo absurdo, a ponto de esconder o trabalho individual de cada secretário, uso de verbas da educação para agradar jornais. Ao contrário de Franco Montoro, apesar de ter alguns pesos-pesados em seu secretariado, só Serra aparece. Em vez de um estado-maior, passou a comandar um exército de cabos e sargentos em que só o general pode se pronunciar.
4. Abandonando qualquer veleidade de inovar na gestão, qual a marca de Serra? Perdeu a de bom gestor, perdeu a do sujeito aberto ao contato com linhas de pensamento diversas (que consolidou na Saúde), firmou a de um autoritário ameaçador (vide as pressões constantes sobre qualquer jornalista que ouse lhe fazer uma crítica).
5. No meio empresarial (indústria, construção civil), perdeu boa parte da base de apoio. O mercado o encara com um pé atrás. Setores industriais conseguem portas abertas para dialogar no governo federal, mas não são sequer recebidos no estadual. Há uma expectativa latente de guerra permanente com os movimentos sociais. Sobraram, para sua base de apoio, a mídia velha e alguns grandes grupos empresariais de São Paulo - mas que também (os grupos) vêem a candidatura Dilma Rousseff com bons olhos.
A rede de interesses
O PSDB já sabe que o único candidato capaz de surpreender na campanha é Aécio Neves. Deixou marca de boa gestão, mostrou espírito conciliador, tem-se apresentado como continuidade aprimorada do governo Lula - não como um governo de ruptura, imagem que pegou em Serra.
Será bem sucedido? Provavelmente não. Entre a herança autêntica de Lula - Dilma - e o genérico - Aécio - o eleitor ficará com o autêntico. Além disso, se Serra se tornou uma incógnita em relação ao financismo da economia, Aécio é uma certeza: com ele, voltaria com tudo o estilo Malan-Armínio de política econômica, momentaneamente derrotado pela crise global. Mas, em caso de qualquer desgaste maior da candidatura oficial, quem tem muito mais probabilidade de se beneficiar é Aécio, que representa o novo, não Serra, que passou a encarnar o velho.
Acontece que Serra tem três trunfos que estão amarrando o PSDB ao abraço de afogado com ele.
O primeiro, caixa fornida para bancar campanhas de aliados. O segundo, o controle da Executiva do partido. O terceiro, o apoio (até agora irrestrito) da mídia, que sonha com o salvador que, eleito, barrará a entrada de novos competidores no mercado.
Se desiste da candidatura, todos os que passaram a orbitar em torno dele terão trabalho redobrado para se recolocarem ante outro candidato. Os que deram apoio de primeira hora sempre terão a preferência.
Fica-se, então, nessa, de apelar para os escândalos como último recurso capaz de inverter a dinâmica descendente de sua candidatura. E aí sobressai o pior de Serra.
Ressuscitando o caso Lunus
Em 2002, por exemplo, a candidatura Roseana Sarney estava ganhando essa dinâmica de crescimento. Ganhara a simpatia da mídia, o mercado ainda não confiava em Serra. Mas não tinha consistência. Não havia uma base orgânica garantindo-a junto à mídia e ao eleitorado do centro-sul. E havia a herança Sarney.
Serra acionou, então, o Delegado Federal Marcelo Itagiba, procuradores de sua confiança no episódio que ficou conhecido como Caso Lunus - um flagrante sobre contribuições de campanha, fartamente divulgado pelo Jornal Nacional. Matou a candidatura Roseana. Ficou com a imagem de um chefe de KGB.
A dinâmica atual da candidatura Dilma Rousseff é muito mais sólida que a de Roseana.
1. É apoiada pelo mais popular presidente da história moderna do país.
2. Fixou imagem de boa gestora. Conquistou diversos setores empresariais colocando-se à disposição para conversas e soluções. O Plano Habitacional saiu dessas conversas.
3. Dilma avança sobre as bases empresariais de Serra, e Serra se indispôs com todos os movimentos sociais por seu estilo autoritário.
4. Grande parte dessa loucura midiática de pretender desestabilizar o governo se deve ao receio de que Dilma não tenha o mesmo comportamento pacífico de Lula quando atacada. Mas ela tem acenado para a mídia, mostrando-se disposta a uma convivência pacífica. Não se sabe até que ponto será bem sucedida, mas mostrou jogo de cintura. Já Serra, embora tenha fechado com os proprietários de grupos de mídia, tem assustado cada vez mais com sua obsessão em pedir a cabeça de jornalistas, retaliar, responder agressivamente a qualquer crítica, por mais amena que seja. Se já tinha pendores autoritários, o exercício da governança de São Paulo mexeu definitivamente com sua cabeça. No poder, não terá a bonomia de FHC ou de Lula para encarar qualquer crítica da mídia ou de outros setores da economia.
5. A grande aposta de Serra - o agravamento da crise - não se confirmou. 2010 promete ser um ano de crescimento razoável.
Com esse quadro desfavorável, decidiu-se apertar o botão vermelho da CPI da Petrobrás.
O caso Petrobras
Com a CPI da Petrobras todos perderão, especialmente a empresa. Há um vasto acervo de escândalos escondidos do governo FHC, da passagem de Joel Rennó na presidência, aos gastos de marketing especialmente no período final do governo FHC.
Todos esses fatos foram escondidos devido ao acordo celebrado entre FHC e José Dirceu, visando garantir a governabilidade para Lula no início de seu governo. A um escândalo, real ou imaginário, aqui se devolverá um escândalo lá. A mídia perdeu o monopólio da escandalização. Até que grau de fervura ambos os lados suportarão? Lá sei eu.
O que dá para prever é que essa guerra poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado.
Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio."

terça-feira, 2 de junho de 2009

Segredinhos

O jornalista Renato Rovai, editor da Revista Fórum em seu blog comenta alguns fatos muito interessantes sobre os caminhos tortuosos da grande mídia e, principalmente, de pseudo jornalistas que lá se instalam.
Confira:

(02/06/2009 17:58)

Colunista de um certo jornal diário que acha que a ditadura foi branda escreveu recentemente que a desconcentração de recursos publicitários no governo Lula é Bolsa-Mídia.
Até acho que ele de certa forma ele tem razão. O Bolsa-Família faz justiça social. E a diversificação dos recursos publicitários coloca os pontos nos is da realidade da comunicação brasileira. Se a iniciativa privada não entendeu isso é porque suas agências são preconceituosas. E vivem de Bonificação por Volume (o famoso BV). Se o colunista não sabe o que é isso e como funciona, me disponho a lhe explicar.
Os veículos ditos grandes a cada dia que passa tem tiragem menor, qualidade mais sofrível e pautam menos o debate. Tanto é verdade que eles se juntaram todos para derrubar o governo em 2005 e foram derrotados. Não só nas urnas. Mas na opinião pública e na esfera da comunicação.
Mas é engraçado como certos colunistas são seletivos. Não me lembro deste, por exemplo, criticando o governo Serra por conta das milionárias assinaturas que fez das revistas da Editora Abril.
Mas já que ele falou do governismo subalterno de certos blogues, vou aqui falar de uma outra coisa bem mais subalterna.
Na campanha de 2006, esse mesmo colunista, na condição de editor de um caderno muito especial para a disputa eleitoral, recebia sempre na mesma hora uma certa ligação. Ele começava então a ler baixinho para o interlocutor as manchetes do dia seguinte, uma a uma. E às vezes explicava o motivo de uma ou outra coisa estar desse ou daquele jeito.
Na redação, não eram poucos os que sabiam o nome do interlocutor.
Será que o leitor pode imaginar quem era?
Menas, coleguinha, menas.
Este blogueiro está à disposição para um debate sobre a nova esfera da comunicação e a necessária diversidade informativa para que a nossa democracia se consolide.
Pode marcar hora e local. E levar a platéia.

Confira o Blog do Rovai

sexta-feira, 29 de maio de 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

K à gada




Formação de texto

Quando me disponho à vestir o escafandro e entrar nas profundezas do esgoto do blog da Veja, às vezes me espanto com as investidas professoris que o cidadão se dispõe à fazer.
Ele chama vários dos seus textos de "textos de formação". hahaha!!! É rir pra não chorar....
Mas vamos à um texto, publicado ontem no blog Brasília, eu ví, do jornalista Leandro Fortes.
Este sim, pode ser considerado um texto de formação.
Vamos a ele:
"Eu estava mesmo querendo falar sobre essa incrível cruzada ao fundo do poço que a oposição, PSDB à frente, decidiu empreender contra a Petrobras, justo no momento em que a empresa se posiciona como uma das grandes do planeta. Sim, a inveja é uma merda, todo mundo sabe disso, mas mesmo a mais suntuosa das privadas tem um limite de retenção. Como não se faz CPI no Brasil sem um acordo prévio com publishers e redações, fiquei quieto, aqui no meu canto, com meus olhos de professor a esperar por um bom exemplo para estudo de caso, porque coisa chata é ficar perdido em conjecturas sem ter um mísero emblema para oferecer aos alunos ou, no caso, ao surpreendente número de pessoas que vem a este blog dar nem que seja uma olhada. Pois bem, esse dia chegou.
Assinante do UOL há cinco anos, é com ele que acordo para o mundo, o que não tem melhorado muito o meu humor matutino, diga-se de passagem. De cara, vejo estampada, em letras garrafo-digitais, a seguinte manchete:
Petrobras gastou R$ 47 bi sem licitação em seis anos
Teca, minha cocker spaniel semi-paralítica, se aninha nos meus pés, mas eu não consigo ficar parado. Piso nas patas traseiras dela, mas, felizmente, ela nada sente. A dedução, de tão lógica, me maltrata o ânimo. Se tamanha safadeza ocorreu nos últimos seis anos, trata-se da Era Lula, redondinha, do marco zero, em 2003, até os dias de hoje. Nisso, pelo menos, a matéria não me surpreende. Está lá: Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras gastou cerca de R$ 47 bilhões em contratos feitos sem licitação, informa reportagem de Rubens Valente, publicada na Folha desta quarta-feira (
íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). Pá-pá-pá. Preto no branco. Tiro à queima roupa. Um lead jornalístico seco como biscoito de polvilho. Desde que chegou ao Planalto, Lula deixou a Petrobrás gastar 47 bilhões de reais em contratos sem licitação. Vamos, portanto, à CPI. Nada de chiadeira. Demos e tucanos, afinal, têm razão. Bilhões delas. Dane-se o Pré-Sal
e o mercado de ações. Quem for brasileiro que siga Arthur Virgílio!
Mas, aí, vem o maldito segundo parágrafo, o sublead, essa réstia de informação que,
pudesse ser limada da pirâmide invertida do texto jornalístico, pouparia à
oposição tocar a CPI sem o constrangimento de ter que bolar malabarismos
retóricos em torno das informações que se seguem. São elas, segundo a Folha On
Line: Amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso em 1998 e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), a petroleira contratou sem licitação serviços como construção, aluguel e manutenção de prédios, vigilância, repasses a prefeituras, gastos com advogados e patrocínios culturais, entre outros. O valor corresponde a 36,4% do total de gastos com serviços (R$ 129 bilhões) da petroleira de janeiro de 2003 a abril de 2009. A prática não começou com Lula. Somente entre 2001 e 2002, sob a administração de Fernando Henrique (PSDB-SP), a petroleira contratou cerca de R$25 bilhões sem licitações, em valores não atualizados.
Parem as rotativas digitais! Contenham as massas! Abatam os abutres! Como é que é? Volto à minha sala de aula imaginária (só poderia ser, porque hoje eu nem dou aula). Vamos fazer uma análise pontual do texto jornalístico, menos pelo estilo, impecável em sua dureza linear, diria até cartesiana, mas pela colocação equivocada das informações. Depois caem de pau em cima de mim porque defendo a obrigatoriedade do diploma. Vamos lá:

1) Na base da pirâmide invertida, há uma informação que deveria estar no lead e, mais ainda, no título da matéria. Senão, vejamos. Se entre 2001 e 2002 a Petrobras gastou 25 bilhões, “em valores não atualizados” (???), em contratos sem licitações, logo, a matéria deveria começar, em seu parágrafo inicial, com a seguinte informação: “Nos últimos oito anos, a Petrobras gastou R$ 72 bilhões (R$ 47 bilhões + R$ 25 bilhões, “em valores não atualizados”) em contratos sem licitações. Então, CPI nessa cambada! Mas que cambada? Sigamos em frente.
2) O mesmo derradeiro parágrafo informa que a “prática” se iniciou “sob a administração” de Fernando Henrique Cardoso, aquele presidente do PSDB. Aliás, reflito, só é “prática” porque começou com FHC. Se tivesse começado com Lula, seria bandalha mesmo. Mas sou um radical, não prestem atenção em mim. Continuemos a trabalhar dentro de parâmetros técnicos e jornalísticos. Logo, a CPI tem que partir para cima do PT e do PSDB. Um pouco mais em cima do PSDB. Por quê? Explico.
3) Ora, até eu que sou jornalista e, portanto, um foragido da matemática, sou capaz de perceber que se a Petrobrax de FHC gastou R$ 25 bilhões (em valores não atualizados!) em contratos sem licitação em apenas dois anos, e a Petrobras de Lula gastou R$ 47 bilhões em seis anos, há um desnível de gastos bastante razoável entre um e outro. Significa, por exemplo, que FHC gastou R$ 12,5 bilhões por ano. E Lula gastou R$ 7,8 bilhões por ano. Ação, segundo a reportagem da Folha, “amparada por decreto presidencial editado por Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal)”.
Poderia até acrescentar que a Petrobras vale no mercado, hoje, R$ 300 bilhões, e que valia R$ 54 bilhões quando FHC deixou o governo. Mas é preciso manter o foco jornalístico, sem exageros.

4) Temos, então, uma lógica primária. Com base em uma lei de FHC, amparada pelo STF, a Petrobras tem feito contratos sem licitações, de 2001 até hoje. A “prática” é irregular? CPI neles! Todos. Mas, antes, hora de refazer o título e o lead!

Petrobrás gastou R$ 72 bi em contratos sem licitação, em oito anos
Desde 2001, durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), até abril deste ano, a Petrobras gastou cerca de R$ 72 bilhões em contratos feitos sem licitação. Os gastos foram autorizados, em 1998, por um decreto presidencial assinado por FHC e, posteriormente, amparados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre 2001 e 2002, a empresa, sob administração tucana, gastou R$ 25 bilhões em contratos do gênero, em valores não atualizados, uma média de R$ 12,5 bilhões por ano. No governo Lula, esses gastos chegaram a R$ 47 bilhões, entre 2003 e abril de 2009, uma média de R$ 7,8 bilhões anuais.
Bom, não sei vocês, mas eu adoro jornalismo. Em valores atualizados, claro".

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Relembrando Protógenes

No dia em que o delegado protógenes lança o seu novo site, vamos relembrar a entrevista (melhor que a televisionada) dada à jornalista que cobre os bastidores do programa Roda Viva da TV Cultura.


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Futurologia e escatologia

O PIG não se importa mais com a previsão do tempo. Agora se empenha em, além de prever os acontecimentos políticos, dar as notícias fresquinhas do cotidiano futuro no Palácio do Planalto.
Então, fazendo aquele corriqueiro exercício de futurologia, a maioria dos jornalões hoje (18 de maio de 2009) poderiam trazer as seguintes chamadas de primeira página:

Folha - Futuro presidente José Serra cria Comissão para Desestatização de Empresas que só dão dor-de-cabeça.
Brasília - O futuro excelentíssimo presidente José Serra disse, em entrevista exclusiva à Folha, que não quer perder tempo com discussões menores de quem será empossado como vice-presidente em 2010. Ele se concentra atualmente em receber sugestões de quais empresas serão melhor aproveitadas quando estiverem nas mãos da iniciativa privada. Segundo Serra "atualmente essas empresas são peso morto para o governo, devendo serem repassadas às mãos de administradores competentes e compromissados com o futuro do país. Como por exemplo os que privatizaram a Vale do Rio Doce e Telebrás." Pág. 3A

Estadão - Serra descarta, por enquanto, privatizar as águas do Rio São Francisco.
"Inicialmente seria muito custoso aos cofres da iniciativa privada cadastrar os que utilizam a água do Rio para que a cobrança seja feita. Porém nosso futuro governo já estuda uma PPP (Parceria Pública Privada) para iniciar essas primeiras atividades. E, após 3 anos, deixaremos o Parceiro Privado seguir em frente, arrecadando seus dividendos." Leia mais em Política (Pág. 5)

O Globo - PSDB não concorda com a criação de mais sete Ministérios no governo do futuro Presidente Serra
O futuro Ministro das Relações Exteriores, atual Senador Arthur Virgílio, exatamente como fez quando da criação da CPI da Petrobrás, subiu na mesa do também futuro Ministro de obras para o Nordeste, atualmente Senador José Sarney, e vociferou que "a criação de apenas sete Ministérios não será suficiente para abrigar os tantos aliados, colaboradores, agregados, benfeitores, malfeitores, capangas e demais membros do PSDB que lutaram bravamente para levar o futuro presidente José Serra ao Palácio do Planalto.

Logo teremos as manchetes dos principais noticiários da televisão brasileira, não percam!

O PETRÓLEO É NOSSO ... ou, Vocês estão pensando que isso aqui é a casa da mãe Joana?

Me desculpem pelo tempo que estive fora! Foram dias difíceis! Sem acesso nem contato com a civilização.
Mas agora vamos ao que interessa:



O Eduardo Guimarães em seu blog já começou uma campanha em protesto contra a mais uma palhaçada do PSDB dentro do Congresso Nacional: a criação da CPI da Petrobás.
No Blog Cidadania.com vocês poderão ter mais informações sobre essa nova manifestação.

PS:Figura retirada do Site Conversa Afiada.

domingo, 26 de abril de 2009

Glauber explica

Republico essa postagem em homenagem aos pobres moradores do Estado do Maranhão:
O site Fazendo Media publicou uma carta aberta do governador do estado do Maranhão, Jackson Lago. Na carta ele explica como a oligarquia Sarney controla, ou pelo menos tenta até hoje, o estado. E como o clã é nocivo aos interesses do estado.
No ano de 1966 o cineasta Glauber Rocha fez um documentário, encomendado pelo então rescém-eleito José Sarney, com o propósito de mostrar a triste realidade do povo.
Seria cômico, se não fosse trágico, ouvir o mandachuva lamentar aquela pobreza toda e prometer que à partir daquele momento tudo iria mudar.
A grande balela pode ser percebida hoje, 43 anos depois das promessas. O único a encher os bolsos foram os "amigos dos amigos".
Veja o documentário:


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Vampiros vão morder em 2010!!!!

No Terra Magazine:

A ideologia do atraso
Rui Daher, de São Paulo


No Brasil, tudo o que parecer estapafúrdio pode estar contaminado por algum viés político.
Não se espante, portanto, ao saber que a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), presidida pela senadora, pecuarista e potencial candidata ao governo de Tocantins, Kátia Abreu (DEM-TO), está orientando os produtores "a botarem o pé no freio do plantio e do uso de tecnologia na safra 2009/10".
Maysa, em minissérie, entoou a angústia gerada pela crise econômicaPor Gabriel Daher
É acompanhada das União Democrática Ruralista (UDR) e Sociedade Rural Brasileira (SRB), e formam o trio de ferro do atraso, pela recusa em aceitar os benefícios que as inclusões social e ambiental trariam ao País, se incorporadas à agropecuária.
Como não podem dizer a que realmente vêm, argumentam que uma produção maior irá ampliar as dívidas e os excedentes provocados pela queda de consumo trazida pela crise. Notem que estão se referindo a uma colheita que ocorrerá no 1° semestre de 2010, futuro que bons analistas econômicos não arriscam prever.
É do conhecimento até do mundo mineral, para usar expressão do jornalista Mino Carta, que o impacto da crise sobre demanda, preços de alimentos e comércio internacional, faria a agropecuária ajustar-se a patamares inferiores aos recordes de 2008, longe ainda, no entanto, de caracterizar qualquer catástrofe.
É necessário mais reflexão antes de estender à agricultura o pânico que se espalhou no final do ano passado.
Naquele momento, uma surpreendente e brutal escassez de crédito, tardiamente respondida pelo BC, contaminou toda a economia, em especial a indústria e a construção civil, que rodavam, há um bom tempo, acima da velocidade-cruzeiro da renda dos consumidores.
Projetar a mesma preocupação para o calendário agrícola futuro, depois de uma das mais bem sucedidas safras de nossa história, era apenas entrar no trupe da manada.
A renda agrícola, que entre 2000 e 2007 teve média de R$ 127 bilhões, com dois picos próximos de R$ 145 bi, em 2008, chegou a R$ 161 bi. Pois bem, a mais recente estimativa do Ministério para 2009 é que ela atinja R$ 154 bi, 4,3% abaixo do recorde.
Lembremos que, em janeiro deste ano, acompanhando a angústia existencial que se arrastava na tela da TV Globo com a minissérie sobre a cantora Maysa, o trio de ferro alertava para uma queda superior a 10% na renda da safra 2008/09.
Mesmo a safrinha de milho, que para os arautos do infortúnio poderia nem mesmo ser plantada, na estimativa da CONAB, deverá atingir 18 milhões de toneladas, uma queda de apenas 3,5% sobre 2008.
Pelo lado das exportações agrícolas, o jornal "China Daily" informa que, depois da desaceleração do início do ano, as vendas brasileiras para aquele país cresceram 52,5% em março, fato que se repetiu com Índia e Irã.
Outro indicador de que o futuro da agropecuária não aparece tão ingrato é a contínua valorização dos preços das terras. Segundo o jornal "Valor Econômico", citando levantamento da consultoria AgraFNP, "o preço médio do hectare alcançou o recorde nominal de R$ 4.373".
Motivos: valorização das commodities no começo do ano, retomada do interesse de investidores internacionais e desvalorização do real que devolveu competitividade aos produtos de exportação.
Fica difícil, assim, entender qual a base que faz aconselhar plantios e usos menores de tecnologia na próxima safra. Os comandantes do trio de ferro cercam-se de profissionais competentes e são, em sua maioria, donos de terras e de empresas agropecuárias. Para terem sucesso, é provável que não sigam suas predições nos negócios próprios.
Será que é justo usar as associações para subordinar o desenvolvimento do país e de milhares de produtores rurais a interesses políticos pessoais?

Rui Daher é administrador de empresas, consultor da Biocampo Desenvolvimento Agrícola.

terça-feira, 21 de abril de 2009

"Vou fingir que não é comigo". Ou, A CARA DE PAU DA REDE GLOBO



No vídeo acima vocês vão ver uma das matérias mais cara-de-pau (ainda com hífen) exibidas pela dona Globo.

Nela, repórteres, apresentador, comentarista e entrevistados demonstram tremenda indignação e tristeza com a retirada do patrocínio pelo Finasa/Bradesco para o time de vôlei feminino de Osasco.

Agora, sabem qual foi o principal motivo de a patrocinadora retirar o apoio?

Parece incrível, mas a maior responsável por isso foi a Rede Globo.

A rede Globo, como detentora dos direitos de transmissão da Superliga de vôlei feminino, tem como "política" interna não citar o nome de empresas que patrocinam equipes, a não ser que essas empresas comprem cotas de patrocínio da emissora.

Outro problema é que a Globo não transmite nem 20% do total de jogos da Superliga.

Somados esses dois motivos, os patrocinadores não vêem seus produtos com exposição significativa, suficiente para que os mesmos continuem financiando o esporte.

Segundo o jornalista Eric Betting, hoje no jornal de esportes da Radio Bandeirantes, as equipes do Ades/Rexona Rio de Janeiro e Cimed Florianópolis também estão arriscados a perderem seus patrocinadores principais.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pimenta nos olhos dos outros...

O blog do Mello trás hoje um post primoroso, comparando a reação do Jornal Nacional frente ás notícias de violência contra a população:






Ontem, o Jornal Nacional se superou. Aproveitou-se de um fato revoltante (a agressão promovida por seguranças da Supervia contra usuários dos serviços de trens urbanos do Rio) para tentar passar a imagem de que estão ao lado do povo e contra os poderosos. Lobo em pele de cordeiro perde.

É fácil pressionar o presidente da Supervia, como fizeram no JN (reportagem acima). Mas, cadê a valentia, quando o agressor está sob comando do governador de São Paulo e presidente eleito pela mídia, José Serra?

Vejam o vídeo abaixo, retirado do mesmíssimo JN. A PM de José Serra agride e ataca com gás de pimenta mulheres (uma delas, grávida) e crianças.







Por que Bonner, Fátima e Kamel não convidaram José Serra para fazer com ele o que fizeram com o presidente da Supervia?

Por que não convidaram José Serra, quando houve o famoso confronto entre as Polícias Civil e Militar, também em seu governo?

Por que Quando é aliado do governo, Jornal Nacional denuncia. Quando é tucano, silencia?

O desrespeito e a violência contra a população (como a ocorrida com seguranças da Supervia), especialmente os mais pobres, mulheres e crianças, não é exceção, é REGRA, e o exemplo vem de cima: acontece nos trens, nos estádios de futebol, nos bailes e eventos populares, nas comunidades, sob o silêncio cúmplice do Jornal Nacional – ou até mesmo incentivado por eles, como a campanha que as Organizações Globo movem há décadas pela remoção das favela.


Comentário: Agora reparem na indignação dos apresentadores do JN quando entrevistam o diretor da empresa ferroviária!

Seguindo aquela velha máxima "cada um bate em quem pode", os dois cumprem à risca as determinações da chefia.

Saravá!!!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Tempos Bicudos



Ontem, lá pelas tantas, resolvi fazer aquela troca de canal básica antes de desligar a tv e me recolher.
Porém, quando passo pela globo, vejo Soares chamando para sentar em seu sofazinho o ex vice prefeito de São Paulo (e acho que também ex senador, ex deputado, ex conselheiro de direitos humanos, extecétera (sic)...) Hélio Bicudo.
Sempre considerei o sr. Bicudo uma voz destoante dentro do PT, na tentativa de aparar as arestas formadas pelos seus dirigentes mais truculentos. Admiro seu trabalho desde a década de noventa quando surge, junto com Lula, Jacó Bittar, Plínio de Arruda Sampaio, Eduardo Suplicy entre outros, como lideranças respeitadíssimas dentro do recém nascido Partido dos Trabalhadores.
Mas agora parece que o sr. Bicudo não está na sua melhor forma... como direi... intelectual.
Em seu diálogo com o gordinho entrevistador destampou a falar mal da truculência e dos exageiros cometidos na prisão e julgamento da empresária Eliana Tranchesi, proprietária da loja Daslú.
Comentou que os juízes que a condenaram a, se eu não me engano, mais de 80 anos de prisão deveriam ponderar, pois não se tratava de alguém que pudesse lesar a sociedade (fisicamente falando). E que a polícia/judiciário não poderia prender uma pessoa que sofre de "gravíssimos" problemas de saúde.
Falando bem a verdade, acho que ele não chegava a pensar direito nas respostas que dava, já que o entupia-o de questionamentos seguidos. Bem no esquema "eu levanto, você corta".
Acabou quase fazendo um parecer jurídico verbal à favor da empresária.
Ah, e de quebra ainda soltou umas alfinetadas no PT. Do jeito que o gordinho gosta!
Lamentável!

Ver o final dessa história dá uma preguiiiiçaaa....

terça-feira, 14 de abril de 2009

Essa foi de lascar....!

Poucas vezes li um texto tão verdadeiro, daqueles que você lê e diz: "é isso mesmo!"
Foi escrito pelo jornalista e escritor José Roberto Torero, que escreve no blog do Torero.
É uma pena que o texto ainda n;ao esteja no blog, por isso foi retirado do blog do Juca Kfouri.
Aí vai, na íntegra:

JOSÉ ROBERTO TORERO
Ronaldo, o brahmeiro
Comparar as heroicas voltas de Ronaldo ao futebol com o suor da cerveja é chamar o espectador de estúpido
BEBERRAZ leitor, alcoofilista leitora, vocês viram o comercial do Ronaldo? O comercial da Brahma?
Para quem não viu, faço um resumo: ele aparece driblando vários obstáculos, faz um trocadilho entre o suor dele e o suor da cerveja e acaba dizendo, com um copo na mão, que é um "brahmeiro".
Como assim? Um atleta importante fazendo comercial de cerveja? Ou pior, um atleta ainda gordo, em recuperação, fazendo comercial de cerveja? Não entendi. E não entendi porque me parece uma propaganda ruim para os dois.
Para a cerveja, porque eu, vendo o comercial, penso: "Poxa, cerveja engorda pra caramba!". Para o jogador, porque mostra que ele não é um atleta sério. É um cara que bebe mesmo ainda estando longe da sua melhor forma.
A Brahma e Ronaldo já estiveram juntos em outros comerciais.
É uma parceria antiga, desde que ele tinha 17 anos. Mas ela já foi mais sutil e inteligente.
Lembro que houve uma propaganda chamada "Guerreiro" em que apenas aparecia o rosto do jogador e havia um bom texto ao fundo.
Outra trazia Ronaldo como um toureiro, driblando um touro várias vezes até que o vencia e abria a garrafa nos chifres do animal.
Mas este novo comercial está bem abaixo dos anteriores.
Agora há uma ligação direta entre futebol e álcool. E obviamente os dois não combinam.
A campanha ainda teve o azar de vir logo depois do anúncio de aposentadoria (talvez compulsória) de Adriano, que tem seu nome associado a problemas com bebidas.
Estou longe de ser uma virgem vestal, defensor da pureza absoluta ou abstêmio radical.
Até sou a favor da liberação de drogas leves (o que existe em parte, já que as bebidas alcoólicas são drogas leves), mas jogador fazer propaganda explícita de cerveja não dá. Passa da conta.
A legislação permite que as propagandas de bebidas abaixo de 13 graus GL (Gay-Lussac) sejam exibidas em qualquer horário. Por isso é que vemos comerciais de cervejas e dessas vodkas ice a toda hora. Porém, em maio de 2007, Lula assinou um decreto que classificou como alcoólica toda bebida com mais de 0,5 grau GL. Só que, inexplicavelmente, esse decreto não restringiu a propaganda de cerveja.
Voltando ao comercial, que foi criado pela agência África, no texto o atacante afirma que tem orgulho de "cair e se levantar". O redator não devia estar sóbrio quando o escreveu. É uma frase muito infeliz. Uma piada pronta. Tanto que, na mesma hora, o amigo com quem eu via o jogo comentou: "Cair e se levantar não é grande coisa. Qualquer bêbado consegue isso".
E comparar o esforço heroico de Ronaldo para voltar três vezes ao futebol com o suor da cerveja é chamar o espectador de estúpido. É fazer troça da fantástica recuperação do jogador, que deveria falar "Eu sou artilheiro" e não "Eu sou brahmeiro".
A publicidade brasileira, que já foi das melhores do mundo, vem piorando nos últimos anos. Mas, agora, se superou.
Acho que, pelo menos, para desencargo de consciência, esta nova propaganda deveria vir com um daqueles avisos no final, algo do tipo: "O Ministério da Saúde adverte: Cerveja dá barriga e faz você confundir mulher com similares".

Enxugando Protógenes

O vídeo abaixo mostra, de forma resumida, o que o delegado Protógenes falou a todos os parlamentares da CPI dos grampos.
Na verdade "foi um discurso para surdos", já que ele estava lá para ser humilhado. O que, felizmente, não se conseguiu.
Prestem atenção especialmente quando ele fala sobre as caixas que estão disponíveis sobre a investigação feita pela Kroll a mando do banqueiro condenado Daniel Dantas.
Bom divertimento:


segunda-feira, 13 de abril de 2009

Serra esconde bandido? Quem disse?


O interesse da Folha de São Paulo em recuperar o passado da ministra Dilma Rousseff, particularmente durante a ditadura militar, será ampliado para outras figuras da política nacional? O blog Cloaca News, de Porto Alegre, levantou essa questão com o sarcasmo que lhe é habitual. Em uma bem humorada nota intitulada “Serra nomeia assaltante para Casa Civil de São Paulo”, o blog recorda:

“O advogado paulista Aloysio Nunes Ferreira Filho, de 64 anos, podia estar roubando, podia estar matando. Mas, não. Atualmente, ele é o secretário da Casa Civil do governo tucano de José Serra. Ferreira já foi presidente de centro acadêmico, já foi deputado estadual, já foi deputado federal, já foi vice-governador. Já foi até ministro de estado. O que poucos recordam - e, quem sabe, a Folha de S.Paulo destaque sua repórter Fernanda Odilla para "investigar" o caso - é que o brioso elemento, outrora conhecido pelo cognome "Mateus", um dia empunhou um tresoitão para ajudar a surrupiar a assombrosa quantia de NCr$ 108 milhões da antiga Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, dinheiro que seria utilizado no pagamento dos salários dos ferroviários”.

“O memorável assalto (ou "expropriação") ao trem-pagador”, prosseguiu o blog em seu exercício de resgate histórico, “deu-se no dia 10 de agosto de 1968”. “Segundo relatos da imprensa da época, a ação foi fulminante e sem que houvesse sido disparado qualquer tiro. Aloysio era o motorista do Fusca no qual os assaltantes deram o pira com os malotes cheios da grana. Essa, porém, não fora a primeira ação espetacular do braço direito de José Serra. No mesmo ano, ele partipara do assalto ao carro-pagador da Massey-Fergusson, interceptando uma perua Rural Willys da empresa em plena praça Benedito Calixto, no bairro paulistano de Pinheiros. Ferreira participou destes eventos na condição de guerrilheiro da recém-nascida Ação Libertadora Nacional (ALN), a organização dos líderes comunistas Carlos Marighela e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo”.

O próprio Aloysio Nunes recordou esses episódios em matéria de Luiz Maklouf Carvalho, publicada no Jornal do Brasil, no dia 4 de março de 1999:

“O primeiro assalto a gente nunca esquece - e certamente por isso é que o relator da Comissão Especial da Reforma do Judiciário, deputado federal Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), ainda tem a memória afiada quando o relembra, 31 anos depois. "Foi uma expropriação impecável", avalia, em linguagem da época, uma das primeiras ações armadas de vulto contra a ditadura militar (64-85): o espetacular e bem-sucedido assalto ao trem-pagador Santos-Jundiaí, em 10 de agosto de 1968. Ferreira estava lá na condição de guerrilheiro da recém-nascida Ação Libertadora Nacional (ALN), a organização dos líderes comunistas Carlos Marighela e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo, uma das mais aguerridas na luta armada”.

"Coube ao então advogado de 23 anos a tarefa de recolher e transportar, num fusca, imediatamente após o assalto, o guerrilheiro João Leonardo Rocha e todas as armas usadas na ação. "Deu tudo certo porque o Marighela era muito exigente na logística", diz Ferreira. "O planejamento foi rigoroso, exigiu muitas viagens no trem, e possibilitou uma ação perfeita, sem o disparo de um tiro", lembra. Pouco antes do trem-pagador, ele participou, "na logística", de outro assalto ousado - ao carro-pagador da Massey Ferguson, em plena Praça Benedito Calixto, no bairro de Pinheiros (Zona Oeste de São Paulo). "Simulamos uma blitz, com cavalete, guarda fardado e tudo o mais", conta o deputado, lembrando, com um sorriso nostálgico, o momento tenso em que o guerrilheiro Arno Preiss fez as vezes do guarda, "orientando" o trânsito e fazendo parar a Rural Willys da Massey Ferguson. Por conta de ações como essa, Aloysio (ou Mateus, um de seus codinomes) foi parar nos cartazes dos "terroristas procurados". 

A Folha terá interesse em resgatar também o passado deste brasileiro que decidiu participar da resistência armada à ditadura militar? Ou suas atribuições atuais na Casa Civil do governo tucano de São Paulo inviabilizam essa pauta?

Nota da Redação: A trajetória de Aloysio Nunes Ferreira Filho na resistência ao regime de exceção da ditadura militar honra aqueles que defendem a legitimidade própria aos regimes democráticos.